CULTURA
O David Luz, da Linha dos Nodos, iniciou uma discussão que me parece interessante. Dizemos, eu e ele, (episódio anterior, para nos situarmos):"permite-me acrescentar que a cultura não é só uma forma de impedir a estagnação: ela é a essência do progresso. Se pensarmos em Leonardo Da Vinci, em Copérnico, etc, etc, poderemos interrogar-nos sobre o que seria o mundo hoje se eles se tivessem limitado a aceitar o que já estava dado como adquirido; se não tivessem o espírito aberto pelas leituras e aprendizagens anteriores.
Caro Possidónio: Concordo apenas parcialmente. A cultura pode contribuir largamente para o progresso, mas há que não esquecer outros factores, como a economia, a tecnologia, as catástrofes, os movimentos políticos e militares. E que por vezes há avanços que provêm quase só do trabalho diligente de um ou poucos indivíduos (Bach, Einstein), ou de pessoas que são puros inovadores (Edison, ou os criadores do Google)."
Caro David, onde está a contradição? Não te parece que, se exceptuarmos as catástofres (e ainda assim...) por detrás da atitude de cada homem que inventa, cria estratégia militar ou política, etc, está um ser culturalmente rico? Ou pelo menos não-pobre? Se calhar era altura de entendermos a cultura como algo mais do que um somatório dos nomes das óperas e dos autores clássicos. Como uma solução orgânica que permite o aparecimento de outras coisas. Esses nomes e mesmo essas obras podem não constituir um fim em si, se perspectivarmos no sentido do progresso da Humanidade. Essa matéria contribuiu, sobretudo, para tornar mais "elástico" o seu espaço vital, logo, para dar a certeza a estes pensadores de que "poderia haver algo mais". É a diferença entre o homem que surra o filho porque não concebe outra maneira de o educar, e o que pensa numa estratégia para conseguir os seus objectivos. Não sei se a Marie Curie era apenas uma excelente técnica, mas julgo saber que o Einstein era sobretudo, curioso.
Um abraço e agradecem-se mais contribuições sobre este assunto.
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